30.9.14

Sidney Magal e o Amante Latino




E ai que ele merece todo amor do mundo e uma postagem aqui no blog.
Porque ele é um fofo, tesudo, gostoso e super simpático.
E porque também fiz uma mini promessa pra mim mesma que, se conseguisse tirar foto com ele, falaria sobre a experiência aqui. heuheue. A tietagem não tem limites.

Mimimi à parte, não ia aguentar segurar a emoção e não dividir com vocês. Penso que o que vivi ontem (29/09), merecia ser contado de toda forma, porque foi um bate papo muito, muito, muuito bacana com ele, sobre a vida, carreira e um curta , protagonizado por ele: Amante Latino, de 1979. O pequeno debate depois do curta foi essencial para desmistificar alguns julgamentos feitos desde o inicio da sua carreira.

O evento foi no Cine Humberto Mauro (uma das salas do Palácio das Artes), um dos lugares mais criativos em questão de eventos, que eu amo e há 13 anos realiza o: curta circuito - mostra de cinema permanente, entre outros eventos cinematográficos bem bacanudos, quase sempre gratuitos.


E em sua edição de aniversário, rolou uma programação nessa última semana, baphônica, com filmes brasileiros e o tema: Amante Latino. Sendo sempre oferecido depois, um debate com alguém que entendia do assunto. A programação foi levada também para Montes Claros e Araçuaí- MG.

E para finalizar essa programação em Belo Horizonte, com chave de ouro, não poderia ter sido com outra pessoa.
O filme, apesar de parecer bem amador e ter a notável inexperiência de Sidney como ator (ele sempre ri muito disso), tem colocações bem interessantes sobre o papel das mulheres na sociedade, ainda que pouco, e sobre o velho preconceito contra ciganos ou pessoas em situações desfavoráveis economicamente.

Um exemplo sobre o papel da mulher pode ser visto na cena em que um grupo de fãs é solicitado por Rosa Madalena, a ajudar Sidney numa situação em que ele se encontrava encurralado por homens que queriam acabar com sua vida. O grupo consegue defender Sidney distraindo e  ameaçando ferir os tais capangas fortões com o salto alto.

Infelizmente, por se tratar do fim da década de 70, esse e outros comportamentos femininos foram tachados pelo machismo e visto como piada, rebeldia ou mulheres mimadas.
Qual foi a intenção do diretor Pedro Carlos Bovai, não se sabe ao certo. Mas de fato, penso que ele soube conduzir um roteiro, até bonzinho, juntamente com Paulo Coelho.

Engana-se quem diz que Sidney Magal não faz mais sucesso. Ou quem fala que é brega, cópia barata do Elvis, John Travolta e afins. O fato é que ele manda beijinho com sua sola de sapato dançante para todos os 'recalques' alheios e pouco se importa com críticas negativas.

Pra mim, essas pessoas comem cocô, sorry. Porque Sidney, em sua peculiaridade, conseguiu ser original e até hoje é dono de uma autenticidade invejável mesmo. Seu sex appeal está muito além do rebolado e o passo lindo, nomeado futuramente depois de coice. (contado por ele com muitas risadas)

Mas infelizmente muitas pessoas carregam tradições e preconceitos por anos e custam a quebrar alguns ideais, muitas vezes, até imposto pela mídia, como dito por ele.

Segundo Sidney, uma das dificuldades passadas no inicio de sua carreira, foi o grande preconceito machista, ao ser taxado de homossexual pelo rebolado que só ele tem, apesar de declarar que não teria nenhum problema com isso. Sidney afirma que o/a artista que se preze, não se preocupa em passar certa sexualidade, sendo quase um assexuado,mas sim, passar sensualidade, carisma e dar show. Seja como for. Foi também muito criticado pela cultura cigana que não era tão bem vista, fato que ele também afirma ter sido adotado apenas para composição de seu personagem.

Que ele arranca milhões de suspiros até hoje, por homens e mulheres de todas as idades, é inegável.
Sidney é dono de uma coerência admirável e sempre condizente. E das vozes de El Macho, personagem de Meu Malvado Favorito na versão dublada (♥) e do pinguim Amoroso, em Happy Feet. 



Gosta de atenção e reconhecimento como toda pessoa que escolhe a profissão nas artes. Embora nunca tenha precisado apelar ou implorar por um lugar ao sol.
Construiu sua fama aceitando convites e assim faz até hoje. Diz que dessa forma, saberá verdadeiramente o quanto é bem vindo.

Invejosos dirão que eu era uma mini versão feminina de Magal. E talvez fosse
Ele não sabe, mas sempre esteve em meu coração e é também responsável por todos os meus melhores shows de lambada, na infância, pra mim mesma, trancada na sala com uma escova de cabelo (um microfone em potencial rs) rodopiando e amando a vida entre mini saias altamente rodadas e douradas e meu pequeno bustiê de mesma cor, pouco preenchido obviamente, mas que guardava, bem apertadinho, do lado esquerdo do peito, a delícia e a liberdade de sentir e ser parte daquele ritmo envolvente que era o latino.

E me chama que eu vouuuuu:


Ficha técnica ( Amante Latino)

Onde e quando: Brasil (Rio de Janeiro), 1979.
Olhar de quem: Pedro Carlos Rovai (direção); Paulo Coelho (roteiro)
Quem faz parte: Magalzão; Regina Dourado, Angelina Muniz, Augusto Olimpio e mais uma galera :p
Quanto tempo: 104 min.