25.3.14

Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual , 2011

por Cecília Goursand


Hoje chamei meu velho amigo, o Camelão, para delicadamente ilustrar a introdução dessa postagem.

-  Hey, Martín! Hey, Mariana! Cês tão tudo " se exibindo pra solidãaaoo"- Diria ele.

De uma forma brilhante, ao meu ver, Gustavo Taretto (diretor) fez que nem o Camelão, só que resolveu pegar Martín (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala), jogar na parede (cega) e chamar de alienadinhos.
Ao mesmo tempo, igual à uma receita, pegou uma pitada de poesia, misturou 3 colheres de humor e resolveu refletir sobre as janelas não permitidas em algumas paredes laterais de prédios próximos uns aos outros. Aquelas janelas que NÃO podem existir na composição arquitetônica de Buenos Aires.

Só que ele faz isso, JURO, de uma forma não chata, como assim parece.
E em meio a um cenário pouco colorido, o personagem Martín  pincela com certa poesia uma comparação entre os vários tipos de edifícios e a diversidade homo sapiens. Vulgarmente conhecido como: nós aqui. \o/

Para ele, assim como as pessoas, os edifícios também possuem personalidade e refletem características como estilo, tradição, etnia e até ética. E quando um edifício não tem janela, tchanãnãnãnnn: É como não ter olhos para a ver a vida lá fora, quiçá, ficar vendo a banda passar, cantando coisas de amor.

- Óhhhhhh!- Diz você que talvez não tinha pensado nisso. Toca aê, eu também não tinha. ( e se tinha, você é fueda.)
E então, passa frases, orações, passam-se os minutos e Martín continua com seu paralelo the-lycia entre esses pensamentos arquitetônicos e agora, sua humilde vida. Que pelo visto, não vale nem essa pipoca molhada, que você deixou cair no copo de refri/água/vodka. Tá que tô julgando. Tacando pedra na Geni.E tá também que ele acabou de sair de um longo período de medo da vida. 

Embora esteja se adaptando. Até consegue, mas não tá mais aqui quem quis dar um pequeno spoiler.
Aos poucos e paralelamente, Mariana, que "pega a solidão e dança" a la também Camelão, cansa. E começa a refletir também sobre sua vida e a falta que uma janela faz.

Tudo isso, Braseo querido, pra fazer a gente aqui e no mundo, pensar na linha tênue que a vida virtual propõe: Ora separa, ora nos une. E enquanto você volta lá pra cima, pra ver que eu falei o tempo todo o que é Medianeras e que na verdade tá escrito Ca-me-lão (de Marcelo Camelo) e não ca-ma-leão, escrevo as razões para te mostrar que prédios, Buenos Aires e poesia não são tão chatos quanto parecem:

1: Resgate de um dos bens mais preciosos de toda infância, eu diria ♥♥


2: Seguido de dica pra você que sofre com o trauma de infância até hoje e não o achou em todas as situações/ livros: claro que ele está onde você menos espera.

3: O diretor fala de solidão? siim. Mas, de uma solidão que nem parece solidão. Sem muito drama, sem muito chororô, litros de lágrimas, e por ai vai, deixando um sentimento mais leve e de esperança no ar ♥♥. Afinal, quem falou que solidão é sempre ruim? Quem nunca optou por se entregar, um mínimo que fosse, a dias para se encontrar?



Do jeito que quiséeee ♥:


4:  Abrir janelas nunca foi tão simbólico. Às vezes, o que falta na nossa vida é uma aberta :)


5: Igual a tudo na vida, o filme também tem dica empanada no clichê: Olhe para todos os lados.O resto nem preciso escrever. #fikdik


  6Tem ele aqui ♥     


                 
Ficha Técnica: 

Quando e onde? Argentina, Espanha, Alemanha , 2011 
Olhar de quem? Gustavo Taretto
Quem faz parte? Javier Drolas, Pilar López de Ayala, Inés Efron, Carla Peterson.
Quanto tempo gastará? 90 min.





Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkk...Adoro os gifs!!!! Ilustra muito bem as razões para assistir! \o/

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Vem que tem :D