28.5.14

Hitch, 2005

por Cecília Goursand



Há alguns dias, por coincidência, por minha força Jedi em evolução exalando ou uma das minhas técnicas de sedução profissional em alta, várias pessoas me falaram que eu deveria trabalhar com terapia de casal. Para ser mais exata e sem ética: conselheira amorosa. Já que vêem algum sentido nas minhas experiências amorosas e como lidei com elas.

Te conto que é um tanto tentador trabalhar vendendo regras de relacionamentos e comportamentos quando acreditamos que as nossas experiencias vividas, ainda que péssimas, foram fodas. Que valeram no mínimo para dizer o que NÃO faremos jamais. Ou fazer de novo, mas com muita consciência. Só que o fato de ter absorvido as coisas com discernimento, não nos transforma em guru do amor e nem nos dá o direito de dar pitaco na vida alheia. A não ser quando pedem ;) #prazer,Cecilia.

Pensando no convite dazamiga sobre ser essa pessoa conselheira, resolvi continuar oferecendo apenas ombro amigo, uma boa conversa regada de etílicos e dicas badalo. Nada muito profissional, já que as dicas sempre correm o risco de darem errado. O fato é que não deixei de perceber que cada vez mais, as pessoas pedem conselhos amorosos. Não por não saberem lidar com as relações em si, mas porque não sabem lidar ainda, com elas mesmas. Ou com sua solidão. Falta amor próprio mas muita gente não sabe disso. Então, diria que no fundo, essas pessoas precisam mesmo é de tapas na cara e boas amizades. ♥ 


Não há Hitch que ajude, se o amor por você mesmo não rolar. Aquele tal de amor próprio. Nunca é tarde, mas é algo que se deve correr atrás. Por isso, se seguisse a dica dazamiga sobre ser conselheira profissional num futuro qualquer , meu primeiro conselho estaria ai pra quem quiser usar e abusar: cuide de você primeiro. Saiba quem você é. E o resto a gente conversa numa mesa de bar ;) #tamojunto.

Portanto, se você tá com alguém pelo medo de ficar só, colega, super entendo. Mas, quer outro conselho de uma pessoa qualquer que já passou por muita coisa? Só acho que não vale a pena insistir em um relacionamento que gire em torno do medo de ficar sozin. Só acho. Penso que valem a pena quando giram em torno das companhias e partilhas agradáveis que ele compõe. Se não, pegue a solidão e dança.

De fato, graças à Odin, ao mestre Yoda ou a queda de ficha da galera, a onda de pessoas descartáveis tem passado, mas tem dado espaço para pessoas que querem um alguém a qualquer custo. E fazem cegamente de tudo para prender a pessoa magia ao seu lado, buscando conselhos, soluções e simpatias. Mas quer outro conselho? :) Não existe regras.

A prova disso é Hitch (Will Smith), que optou pelo caminho da safadeza, se jogou na profissão de conselheiro e saiu vida a fora vendendo regras de amor e relacionamento, por acreditar que seu conhecimento era soberano. Rá. Iéié. Só que não era.
De maneira engraçadinha, apesar de altas doses sexistas, ensinava à seus clientes como deviam se portar diante da mulher magia ( como se essas fossem bonecas sem manuais), incluindo as atitudes mais instintivas de um ser: desde o jeito "certo" de andar até o beijo ao final do encontro e seus 90% de aproximação para ele acontecer.

A coisa precisou ficar feia para Hitch entender - graças a seu cliente que teve uma aproximação bem sucedida por NÃO seguir as regras aconselhadas - que ele não sabia de nada, inocente. A aproximação de seu cliente da pessoa amada só funcionou porque ele foi ele, sem receitas, sem regras.

A questão é que Hitch não tinha aprendido sobre o amor e suas relações, apenas havia ignorado certos sentimentos, mantendo assim o controle da situação. Ditava regras, comportamentos decorados, mas não se entregava.
Para não dar mole mais na vida, assim como eu, resolveu escutar o único conselho que ele não queria ouvir: para o amor ou outras relações, não existe receita. Se joga.  :)

                                                               Yeaahh!Usher,usher :)


--> Tem ele on line aqui. :)
--> aceito convites para conversas de bar aqui :)


Ficha Técnica:
Onde e quando: Estados Unidos, 2005
Olhar de quem: Kevin Bisch
Quem faz parte: Will Smith, Eva Mendes, Kevin James, Amber Valletta
Quanto tempo: 118 min.