26.8.13

Na natureza selvagem- Espelho,espelho meu. ( Lucas Eyer)


"A ¡Lupa! perguntou, você aceitou. Pegue seu banquinho e pede um filminho!" ;)
Lucas Eyer, apesar de parecer, não é o diretor desse filme. Bem que ele queria, mas é apenas um dos leitores queridos da ¡Lupa! que participou da nossa promoção : Peça um filme e ganhe um comentário.E ganhou. ;) Lero-leros à parte, vamos ao filme mais selvagem dos últimos tempos. Preciso a priori, dizer que Sean Penn é um divo e a-hazouu como diretor! Palmas (clap,clap,clap) pra ele, que fez com que entrássemos (mesmo que de casa) na selva selvagem, na mata matântica, no rio riachudo. Tanta ênfase para mostrar que realmente, entramos lá. Coladinho com o Christopher/Alex, Alex/Christopher. Mesmo que você não perceba. Estamos lá como a família dele, como o mamífero que ele mata, como a mosquinha que pousa na carne podre, como o ônibus mágico que ele encontra, como água que ele bebe, rema e se alivia. Como o spoiler aqui presente agora. Amém.
Atire o primeiro caco de vidro do espelho quem nunca quis ser autêntico? Sem amarras, hipocrisias, falsa aparência? Sem máscaras. Só você e você mesmo? Sem dinheiro, poder, sociedade, família. Aquelas coisas que julgamos importantes, mas não necessariamente, são.*
Considerado radical ou não, extremista ou não, não é problema do Sean Penn. Ele só agarrou com unhas e dentes,todo safadinho e selvagem a oportunidade de representar Christopher McCandless e o traduziu de uma forma bem legítima, acredito eu. O fato é que Alex Supertramp é julgado o tempo todo como louco. (Quem nunca?) Mas "só" porque ele queria ser ele. Tá que ele não rasga dinheiro, ele queima.Ele não atira o carro ladeira abaixo, ele o larga na estrada. Fácil assim. Pra quem quiser e tiver a sorte ou azar de achar. Quase um São Francisco, abdicando de tudo que é valioso no mundo material, pelo caminho a fora. E isso torna o filme um tanto quanto polêmico. A gente fica sem saber se fica balançando os pompons da sociedade na tentativa de apoiar ou "salvar" o mocinho da realidade cruel. Na dúvida, não ultrapasse - como já dizia aquela velha plaquinha de trânsito. Antes de julgar, deveríamos entender a mensagem que Alex quis passar. Aliás, é quase sempre assim. Tentamos sair dos padrões, falar da nossa forma, fazer diferente e vem o vômito verbal por boca abaixo, de julgamentos sem fim. Ai vem o desânimo. Claro que não precisamos concordar com tudo que vemos, nem com tudo que escutamos. Mas respeitar, é o mínimo. Clichêzão? Siimm. Mas o Christopher/Alex ensina a não desistir. E ir até o fim, enfim. De todo jeito,a gente se identifica com esse filme. Querendo ou não querendo. Por isso ouso dizer que deveríamos até cobrar cachê do nosso amigo Sean. Bleeh. Exagero, exagero. Negócios à parte. E o negócio aqui é falar do filme e mostrar que além de horizonte, existe um lugar, bonito e tranquilo, pra gente "filmar". 

Hummm. Tô sentindo que ainda não te convenci, então, chamarei as razões que você tanto, tanto, espera.E que eu tanto,tanto gosto de colocar ;)
1ª: Pra você pode não ser uma razão pra assistir, mas pra muita gente é: baseadão em fatos reais.
2ª: Se você não sabe o que fazer da vida, jogue tudo pro alto e vá morar no Alasca.
: Mas se você sabe o que fazer da vida, morar no Alasca também é uma opção.
: Sabe aquela expressão: "mato um leão por dia" ? Alex Super Supertramp te ensina mais ou menos como fazer isso, por cima da carne seca. Literalmente.Só que não é com leão.
: Hipnotize-se com a trilha maravilhosa de Eddie Vedder( vocalista do Pearl Jam) +  o olhar de Sean Penn. ♥ *_*

Ficha Técnica:
Quantosanoscêchama? Estados Unidos,2007
De quem é o olhar? Sean Penn *_*
Quem faz parte? Emile Hirsch,Marcia Gay Erino, William Hurt,Jena Malone,Catherine Keener,Vince Vaughn,Kristen Stewart,
Música pros nossos ouvidosEddie Vedder. Fez um cd SÓ pra esse filme.


O que quero dizer é que esse filme em especial, pode ter a função de espelho e nos fazer refletir sobre ele/com ele. Nos faz pensar até que ponto na vida ou além dela, buscamos autenticidade. E o caminho percorrido é o melhor do que a chegada em si? E quando chegar ao ápice, ao topo, nos sentiremos plenos e puros,sem interferência desses fatores sociais? E onde entra a liberdade nisso tudo?
Chamo de autenticidade, querer ser nós mesmos, a todo custo. E nos defender até o fim. Tendo a clareza de quem somos e transmitir pra todo mundo, sem querer se exibir. Só se for pra solidão. Literalmente. É ai que entra a liberdade gostosa,que só ela. Nos dando a oportunidade de escolha e consciência das consequências.